Com as campanhas de conscientização sobre saúde mental, que ocorrem com cada vez mais frequência, muitos adultos se veem diante de um assunto com o qual nem sempre sabem como agir: a percepção de que o filho, sobrinho, primo ou algum outro pequeno da família se tornou uma criança ansiosa.
Pensando na importância de falar sobre esse tema, preparamos um post bem informativo sobre a ansiedade infantil. Acompanhe, tire suas dúvidas e saiba como ajudar de forma efetiva e proativa a garotada nessa situação!
O que é ansiedade infantil?
A ansiedade infantil é o nome dado à mudança emocional e de comportamento que algumas crianças podem demonstrar, geralmente marcada por muita preocupação e medo relacionados com questões específicas ou problemas do dia a dia (por menores que sejam), como destaca artigo da Revista Psicologia e Saúde em Debate.
Um estudo divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostrou que, entre a terceira infância e o início da adolescência, mais precisamente as idades de 7 a 14 anos, 4,1% das crianças já demonstram ter sinais claros de ansiedade. Já outros 5,2% estão em fase de desenvolvimento do problema.
Por que é importante cuidar da saúde mental das crianças?
Como aponta artigo da Revista Brasileira de Terapias Cognitivas, cuidar da saúde mental das crianças é essencial para prevenir o aparecimento de outros transtornos mentais comumente associados a quadros de ansiedade, como a depressão e a síndrome do pânico.
É por isso que o acompanhamento com um psicólogo faz toda a diferença. Afinal, ele trabalha aspectos relacionados à personalidade, ao comportamento, às emoções e aos relacionamentos, sendo estes com a família, os amiguinhos, os professores etc.
Ou seja, a psicoterapia abrange aquilo que afeta o bem-estar físico e psicológico dos pequenos. Por isso, contribui para que as crianças lidem melhor com as adversidades e tenham uma vida mais tranquila e satisfatória.
Quais são as demonstrações de ansiedade infantil?
Os principais sintomas de uma criança ansiosa aparecem no humor e no comportamento dela. É comum, por exemplo, que ela fique mais irritada, nervosa e inquieta. O pequeno também apresenta dificuldades para se concentrar em uma tarefa, começa a ter uma rotina de sono desregulada e tem cada vez menos disposição.
Além disso, muitos demonstram a tendência de se isolar do convívio com os demais. Ainda, algumas crianças desenvolvem sintomas físicos, como falta de ar, coração acelerado, perda de cabelo, dor de barriga e enjoos.
Quais são as causas mais comuns?
A ansiedade infantil costuma ser desencadeada por algum problema específico, como o bullying, a separação dos pais, o medo de falar em público, a troca indesejada ou inesperada de colégio, a pressão da família por um bom desempenho na escola, uma questão relacionada à autoestima etc.
Porém, ao decorrer do tempo, é comum que esse problema evolua. Ou seja, não é mais apenas um motivo que causa a ansiedade, e o problema se torna mais abrangente.
Esse quadro ansioso mais amplo é chamado de Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG). Ele é responsável por deixar a criança angustiada por qualquer situação de problema ou conflito que apareça — o que, na psicologia, é chamado de gatilho.
Como ajudar os pequenos a se sentir melhor?
“Percebi que os pequenos estão ansiosos e isso está afetando a rotina deles. Como posso contribuir para eles melhorarem?”, você pode estar se perguntando. Por isso, trouxemos algumas dicas que vão ajudar as crianças a lidar com esse problema e, de quebra, promover uma mudança positiva na vida delas. Fique de olho!
Prática de atividade física
A primeira dica é envolver os pequenos em atividades físicas pelo menos 3 vezes na semana. Pode ser judô, futebol, natação etc. O importante é que a opção escolhida faça com que eles gastem energia, socializem com outras crianças e aumentem a produção de serotonina, dopamina e endorfina — neurotransmissores que regulam o humor e aumentam o bem-estar físico e mental.
Vale lembrar que a prática recorrente de exercício físico desde a infância ajuda no crescimento e no desenvolvimento da garotada e ainda melhora a qualidade do sono, viu?
Realização de atividades artísticas
Outra sugestão é estimular a participação dos pequenos em atividades artísticas, como:
- desenho;
- pintura (com lápis ou giz de colorir);
- expressão das emoções pelas cores (por meio do colorir e descrever);
- criação de esculturas;
- uso de fantoches
- teatro;
- rodas de música.
Isso porque essas atividades ajudam as crianças a ter mais foco em tarefas manuais, tirando a atenção daquilo que é fonte de ansiedade. Assim, isso faz com que elas relaxem, se entretenham e passem o tempo com mais descontração.
Para completar, devemos considerar a importância de colorir e recorrer à arte: isso permite que a turminha aprenda a expor e a encarar melhor os próprios sentimentos, medos, dificuldades e frustrações.
E tem mais: as atividades — que podem, inclusive, ser feitas em família — também são muito positivas para desenvolver a cognição, a imaginação e a criatividade infantil.
Contato com a natureza
Além do que mencionamos, sabe o que é uma boa ideia para combater a ansiedade infantil? O contato com a natureza, que pode acontecer de diferentes formas. Por exemplo, se você tem um jardim ou quintal em casa, reserve algumas horas da semana para, junto com as crianças, aguar e mexer na terra, plantar pequenas mudas e, se possível, até colher frutos e flores.
Já para quem não conta com esses espaços no lar, não há problema, ok? Você pode recorrer a diferentes alternativas, como levar as crianças a parques e outras áreas verdes da sua cidade. Uma vez lá, dá para fazer trilhas, piqueniques, brincadeiras e muito mais.
Esses momentos são muito valiosos para aumentar a conexão com as crianças e mostrar que você está ali para elas. Além disso, proporcionam um refúgio da correria do dia a dia, o que propicia paz, acolhimento e bem-estar emocional.
E não para por aí: os momentos de contato com a natureza trazem mais autonomia da criança, aumento da imunidade, refinamento dos sentidos, melhora do condicionamento físico, maior compreensão e respeito pelo meio ambiente, entre outros benefícios.
Quais são as consequências para o presente e o futuro?
Quando uma criança ansiosa não realiza tarefas que ajudam ela a trabalhar a ansiedade, não conta com acompanhamento psicoterapêutico, nem tem apoio da família, isso a afeta de forma profunda. Os sintomas, inclusive, não se limitam ao momento presente: eles se estendem.
Afinal, o pequeno cresce e se torna um jovem com problemas em várias áreas da vida, incluindo a escolar. Ele pode se tornar antissocial e desinteressado nos estudos, com baixo nível de comprometimento com os afazeres. Inclusive, ele pode desenvolver doenças, principalmente do tipo gastrointestinal, como aponta artigo da Revista de Psiquiatria Clínica da USP.
Como mostramos ao longo do post, a ansiedade infantil é um assunto sério, que merece a atenção de todos os adultos. Dessa forma, é possível evitar que a criança ansiosa permaneça nesse estado e acabe tendo que lidar com diferentes efeitos negativos desse problema a longo prazo. Uma situação como essa pode impactar — e muito — a qualidade de vida dela. Por isso, não deixe de adotar as nossas dicas, combinado?
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As informações contidas neste material se fundamentam em estudos psicológicos da criança e servem de base para ajudar com o seu desenvolvimento e educação. Os resultados de tais métodos podem variar de acordo com cada criança, pois dependerão de aspectos individuais e sociais.