A educação infantil é um grande desafio para as escolas. Ensinar crianças é uma responsabilidade alta e tem sido tema de estudos há muitos anos.
O ensino híbrido é uma opção explorada por muitos educadores. Mas até que ponto ele cumpre sua função? Ele funciona realmente? É possível ensinar crianças a distância com sucesso, combinando com o ensino presencial?
Todas essas questões serão temas desta leitura. Então é hora de aproveitar para conhecer um pouco mais sobre esse tipo de ensino e de que forma ele pode ser benéfico para as crianças.
O que é ensino híbrido?
O ensino híbrido tomou impulso durante a pandemia de Covid-19. O isolamento social agilizou as práticas EAD em todos os setores educacionais, inclusive na educação infantil.
Uma das soluções encontradas para contornar a crise gerada pelo coronavírus foi justamente o ensino combinado (ou ensino híbrido), ou seja, aquele que combina práticas remotas e virtuais com as presenciais.
Usando ferramentas digitais, os professores fazem a mediação entre os alunos e o conhecimento. Eles motivam, assim, a autonomia das crianças no processo de aprendizado.
Uma das propostas desse tipo de ensino é o desenvolvimento de atividades ajustadas à realidade de cada aluno, mantendo respeito às especificidades do tempo.
Quais são os desafios dessa modalidade?
Um dos desafios do ensino híbrido é a exposição da criança ao mundo virtual logo cedo. Felizmente, é possível aplicar o método sem prejudicar o processo de aprendizagem nem a saúde dela, mas é preciso considerar diversos pontos.
Ampliação dos papéis do professor
Os papéis dos professores se ampliam e são modificados, já que todo o processo de ensino-aprendizagem ganha mais flexibilidade e coloca como foco o estudante. Os educadores precisam:
- desenvolver competências e tarefas significativas;
- participar de curadorias de materiais relevantes;
- investir em tutoriais e acompanhamentos individuais tanto no espaço presencial quanto no digital, sejam eles síncronos ou assíncronos;
- ampliar os métodos de avaliação dos alunos.
Outro papel do professor que se destaca é a mentoria de projetos pessoais e profissionais, relacionados à vida dos estudantes.
Sobrecarga de trabalho
Não são todos os docentes que se encontram aptos profissionalmente para o planejamento e o desenvolvimento de sistemas híbridos atraentes, pois:
- trabalham em mais de uma instituição de educação;
- dão aulas em muitas classes;
- têm muitos alunos.
Todos esses pontos são empecilhos para a efetivação de um bom trabalho. Sem as devidas condições, é incorreto pedir que os educadores invistam em inovação.
Acessibilidade dos alunos
O ensino híbrido demanda um planejamento que considere a variedade na forma de acesso de cada aluno fora da escola, no modelo EAD.
Em algumas escolas, os educadores precisam desenvolver tarefas educacionais para:
- alunos que acessam regularmente o espaço digital;
- alunos cujo acesso ao ambiente virtual é parcial;
- alunos que dificilmente têm ou não têm acesso ao espaço digital.
Nesse sentido, o corpo docente, conhecendo as condições de cada criança, precisa elaborar roteiros que contemplem o aprendizado em cenários híbridos variados para níveis de acessibilidade diferentes.
O ensino híbrido implica em acesso de alunos de locais diversos. Ainda não é uma realidade viável para a maioria das crianças — pelo menos, a curto prazo. Há muitos entraves de natureza econômica e tecnológica.
Planejamento
Desse modo, o planejamento é mais complexo, já que as condições dos alunos não são uniformes. Cabe ao educador projetar as etapas abaixo, de forma a suprir as diferentes realidades e possibilidades:
- o antes — preparação da criança, até onde cada uma consegue chegar;
- o durante — tarefas em grupo presenciais e/ou virtuais síncronas;
- o pós — aplicação, avaliação, conclusão.
É fundamental fazer um planejamento cuidadoso, que seja bem realizado. Ele tende a ser mais complexo quando muitos docentes trabalham juntos, avaliando e acompanhando projetos e tarefas que integram diferentes áreas do conhecimento (multidisciplinaridade, transdisciplinaridade).
Diversos canais de comunicação
A educação infantil no modelo híbrido precisa se abrir para propostas diferentes em canais de comunicação diversificados, como plataformas, redes sociais e aplicativos.
Diferenças sociais
Uma parcela da população conseguirá usufruir de modelos híbridos eficientes, com boas condições de implementação. Mas para a maioria, os modelos serão precários, com baixa interação síncrona, mais focada em tarefas assíncronas.
Outros desafios
Além desses, outros desafios da educação híbrida são:
- migração da cultura de ensino convencional (professor transmite conhecimento, aluno absorve) para uma cultura mais dinâmica;
- deficiência da infraestrutura digital em muitas residências e escolas;
- persistência do modelo de ensino básico, com muito conteúdo e muitos alunos para cada educador;
- entrada de alunos em qualquer período do ano, sem o acompanhamento adequado;
- muitas escolas ainda se encontram em fase inicial no uso de modelos híbridos e metodologias mais dinâmicas.
Qual é a importância da parceria família-escola?
É fundamental que os educadores ajudem as crianças a organizar rotinas de estudo que sejam compatíveis com as novas propostas. Quanto mais novas as crianças, mais necessário se torna o acompanhamento dos pais ou responsáveis nessa adaptação.
Crianças muito novas demandam que os familiares ajudem no acesso às tarefas e na efetivação das lições de casa. Isso significa que os pais continuarão acompanhando o desenvolvimento escolar dos filhos e intervindo de forma a facilitar sua adaptação ao novo modelo de ensino.
A parceria família-escola é de fundamental importância para que o aprendizado se consolide. Um ponto relevante para os pais é manter sob certo controle a autonomia da criança, de forma que, mesmo remotamente, ela mantenha disciplina sobre o estudo, respeitando horários e mantendo as atividades em dia.
Quais são os benefícios para crianças?
Vamos agora citar algumas vantagens em aplicar o ensino híbrido na educação infantil:
- crianças vivenciam experiências novas, que ajudam a desenvolver competências tecnológicas;
- flexibilidade de horários e tarefas mais personalizadas facilitam o processo de aprendizagem;
- mais autonomia para as crianças, o que pode melhorar o rendimento escolar.
As vantagens não são apenas para as crianças. Os educadores se beneficiam com o melhor aproveitamento do tempo e a otimização de planejamento, pois as aulas são mais modernas e ajustadas às necessidades de cada aluno, favorecendo a produtividade.
O ensino híbrido tende a se consolidar no futuro da educação. Para ser proveitoso e oferecer os frutos que desejamos, é necessário conhecer e encarar os desafios. Os pais e a escola precisam trabalhar juntos para que os filhos e alunos se adaptem ao novo modelo e usufruam os benefícios que ele oferece.
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As informações contidas neste material se fundamentam em estudos psicológicos da criança e servem de base para ajudar com o seu desenvolvimento e educação. Os resultados de tais métodos podem variar de acordo com cada criança, pois dependerão de aspectos individuais e sociais.