Auxilie o desenvolvimento da criança com apraxia de fala em 8 passos

apraxia de fala

Apraxia de fala é um termo pouco conhecido dos pais, mas trata-se de um problema comum entre as crianças. É um distúrbio que causa dificuldade de planejar e sequenciar o movimento dos lábios, língua, mandíbula e palato para produzir os sons.

Nesses casos, a criança sabe o que quer dizer, mas não consegue coordenar os movimentos necessários para reproduzir as palavras. Com isso, há erros frequentes de fala e falhas na comunicação. Por esse motivo, os pais devem estar atentos para ajudar seus filhos a se desenvolverem melhor, amenizando o problema.

Quer saber mais sobre o assunto? Então, não deixe de conferir este post para entender melhor o que é esse distúrbio, quais são seus desafios e quais práticas ajudam as crianças a se comunicarem melhor. Boa leitura!

O que é apraxia de fala?

O desenvolvimento da fala nas crianças acontece de forma gradativa, respeitando cada fase da infância e as suas particularidades. Aos poucos, os movimentos dos lábios, língua e mandíbula vão se desenvolvendo, tornando-se cada vez mais refinados. Além disso, esse controle oral é fundamental para os sons da fala.

Porém, esse refinamento não acontece em algumas crianças, comprometendo a fala. E isso pode ser um sinal de que ela tem apraxia de fala, um distúrbio motor (neurológico) na fala que afeta a habilidade da criança em realizar os movimentos corretores para emitir os sons desejados.

São crianças que compreendem a linguagem e sabem o que desejam falar. Porém, o seu cérebro falha ao planejar e programar a sequência correta de movimentos da mandíbula, língua e lábios para produzir os sons e formar sílabas, palavras e frases. Então, é como se ela não soubesse como movimentar corretamente a boca.

A Associação Americana de Fonoaudiologia define a apraxia de fala como:

“distúrbio neurológico motor da fala na infância, resultante de um déficit na consistência e precisão dos movimentos necessários à fala, na ausência de déficits neuromusculares (como reflexos normais e tônus alterado)”.

Como saber se meu filho tem esse distúrbio?

Os primeiros sinais de alerta são observados durante os primeiros anos de vida. Aos 6 meses, o bebê deverá estar balbuciando. Aos 9, formulando frases bilabiais, como “mama” ou “dada”. A partir de 1 ano, deve estar falando palavras como “papai”, “mamãe” ou “vovó”, sendo que algumas começam a falar próximo dos 2 anos. Então, é importante acompanhar e estimular esse desenvolvimento.

Caso a criança tenha apraxia de fala, você perceberá que ela tem dificuldades para produzir os primeiros sons e palavras e que, normalmente, utiliza apenas as vogais na sua construção.

Também há pausas grandes entre os sons, omissão ou substituição de outros sons e dificuldade para falar palavras mais longas, como “gatinho”.

A fala de uma criança mais desenvolvida tende a ter uma entonação exagerada, já que ela não consegue controlar o ritmo da fala. Ainda, há outros sinais como:

  • ausência ou pouco balbucio;
  • fala instável;
  • erros de pronúncia;
  • dificuldade na transição para alimentos sólidos;
  • atrasos na fala das primeiras palavras;
  • dificuldade com a fala espontânea;
  • incapacidade de formar frases curtas;
  • mastigação ruim;
  • ocorrência de engasgos frequentes;
  • aceitação de poucos tipos de alimentos, texturas e temperaturas;
  • atraso para andar;
  • quedas frequentes;
  • dificuldades na coordenação motora para realizar alguns gestos, como acenar e escrever;
  • dificuldade para alternar com precisão a repetição de mesmas sílabas, como “pa-pa-pa” ou de sequências múltiplas, como “pa-ta-ma-ca”;
  • esforço para realizar movimentos da fala.

Então, se perceber alguns desses sintomas, é importante levar a criança ao pediatra ou fonoaudiólogo, pois somente um profissional pode diagnosticar a apraxia de fala.

Quais são os maiores desafios?

Pode não parecer, mas o falar exige movimentos complexos. Quando a criança apresenta apraxia de fala, ela pode ter bastante dificuldade de socialização. Além disso, pode apresentar quadros de ansiedade, pois ela compreende a linguagem e sabe o que deseja falar, apenas não consegue se comunicar corretamente.

Isso pode desencadear outros problemas, como isolamento e dificuldade em fazer amizades. Como muitas escolas não estão preparadas para receber uma criança com apraxia de fala nem para estimulá-la corretamente, pode ocorrer dificuldade na aprendizagem.

Como auxiliar uma criança com apraxia de fala em 8 passos?

A maior dúvida é se uma criança com esse distúrbio pode falar corretamente. A resposta é: depende. A apraxia tem diversos graus e cada criança responde de maneira muito particular às terapias. Porém, muitas delas conseguem se comunicar bem quando recebe os estímulos corretos.

Então, além de contar com a terapia com profissionais (especialmente o fonoaudiólogo), é importante ajudar a criança em casa e na escola. A seguir, apresentamos um passo a passo do que você pode fazer para estimular seu desenvolvimento ao falar. Acompanhe!

1. Acolha e aceite

O primeiro passo é acolher a criança. É importante que ela se sinta segura, confiante e aceita do jeito que é. Também é essencial tranquilizá-la, pois as tentativas frustradas de falar corretamente podem deixá-la irritada, fazendo com que desista de continuar tentando. Portanto, não a pressione para falar.

2. Crie rotinas adequadas

Peça ao fonoaudiólogo para passar alguns exercícios para praticar em casa. Em seguida, crie uma rotina para executá-los com a criança. Lembre-se de que quanto mais estímulos tiver, melhor será a resposta ao tratamento.

3. Pratique as palavras indicadas pelo profissional

O fonoaudiólogo recomendará algumas palavras que devem ser praticadas pela criança. Então, além de criar uma rotina com os exercícios, é importante estimular a fala dessas palavras ao longo do dia e de forma lúdica. Isso pode ser feito naturalmente durante as atividades do dia a dia ou por meio de músicas e leituras divertidas com a criança.

4. Peça repetições quando não compreender a criança

Quando não compreender o que a criança está tentando falar, peça para ela repetir devagar ou estimule o uso de palavras mais simples e curtas.

5 Cuide do ambiente familiar

A criança com apraxia de fala tende a ser desorganizada. Por isso, é essencial cuidar do ambiente familiar organizando os brinquedos, estabelecendo uma rotina e colocando regras na casa.

Além disso, tenha em mente que ela tem uma dificuldade e não preguiça. Portanto, é importante demonstrar paciência com ela.

6. Dê pistas visuais

Ao estimular a criança a falar, fique de frente para ela e faça com que perceba os movimentos do seu rosto enquanto pronuncia as palavras que ela quer que você repita.

Não fale muito devagar ou rápido demais. Afinal, a intenção é fazer com que ela aprenda o ritmo e a entonação correta do falar.

7. Busque formas de comunicação complementar

Encontrar alternativas para que a criança se comunique é uma excelente solução. Para isso, você pode cantar com ela, desenhar, pintar, escrever, ler e gesticular. Tudo isso ajuda na comunicação e, ainda, contribui para o desenvolvimento infantil.

8. Busque sempre o acompanhamento de um profissional

Somente um profissional pode diagnosticar a apraxia da fala e indicar o melhor tratamento. O acompanhamento também é fundamental, pois permite que o fonoaudiólogo analise as respostas e decida se deve manter a conduta adotada para que a criança se desenvolva melhor.

Como você viu, a apraxia de fala é um distúrbio que compromete apenas a capacidade de se comunicar e não do entendimento. Porém, ela pode desencadear diversos outros problemas no decorrer da vida da criança. Por isso, é extremamente importante fazer acompanhamento com um profissional e estimulá-la em casa e na escola para minimizar os efeitos do distúrbio.

Quer saber mais sobre o progresso das crianças? Aproveite a visita no blog e entenda a importância do desenvolvimento infantil para a fase adulta.

As informações contidas neste material se fundamentam em estudos psicológicos da criança e servem de base para ajudar com o seu desenvolvimento e educação. Os resultados de tais métodos podem variar de acordo com cada criança, pois dependerão de aspectos individuais e sociais.

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