Profissão dos sonhos das crianças: quais são elas?

profissão dos sonhos das crianças

Afinal de contas, qual a profissão dos sonhos das crianças? Claramente, não existe apenas uma, já que todos os pequenos apresentam suas próprias características, aspirações e particularidades. Por isso, aproveitamos o momento para elaborar este post apresentando uma iniciativa da BIC em parceria com a KidZania São Paulo.

O objetivo é ajudar você na jornada de desenvolvimento das suas crianças, demonstrando como certas atividades, rotinas e práticas podem ajudar a encontrar a aptidão dos pequenos, descobrindo talentos, virtudes e vocações. Então, não perca tempo e acompanhe!

Como o ambiente e as experiências afetam o cotidiano das crianças?

Afinal de contas, como os papais e mamães podem colaborar no amadurecimento das crianças, oferecendo um amplo leque de opções? Para responder essa curiosidade, contamos com a ajuda do Doutor Ger Graus OBE, Diretor Global de Educação da KidZania e um educador de ampla experiência, sendo, inclusive, membro honorário da Ordem do Império Britânico por todas as suas contribuições à educação no Reino Unido.

Pesquisa e método

Para esclarecer o tema, Dr. Graus destaca uma pesquisa que realizou com um grupo de mais de 400 mil crianças, situadas na Índia, Reino Unido e México. A ideia do estudo era entender as aspirações e atividades preferidas, considerando aspectos como gênero, idade e condição socioeconômica.

O ambiente da pesquisa não poderia ser melhor, a KidZania, um parque recreativo infantil repleto de atrações com foco em educação para os pequenos. A metodologia foi bastante simples. Basicamente, a pesquisa coletou dados anônimos dos braceletes utilizados pelas crianças no parque, avaliando as primeiras atividades escolhidas por elas.

Diferenças entre meninas e meninos

A primeira percepção do estudo é demonstrar algumas preferências claras e distintas entre os gêneros. Mas como demonstrado depois, essas preferências não são inatas e inerentes ao gênero, mas sim aos ambientes e experiências aos quais eles foram submetidos durante a infância.

Segundo Dr. Graus, as garotas costumavam optar por atividades tradicionalmente associadas ao público feminino, como esteticistas. Já os meninos, preferiam alternativas como bombeiros, médicos ou engenheiros.

Além disso, destaca outras avaliações importantes: a maior diferença encontrada diz respeito às escolhas das crianças de acordo com a idade. Em Londres, por exemplo, os meninos optaram por atividades direcionadas para crianças mais velhas. As meninas, por sua vez, deram preferência a opções voltadas para faixas etárias menores.

Graus também relata que, no México, ambos os grupos escolheram atividades com classificações superiores a suas idades, exceto no caso das meninas na faixa de 8 anos. Observou-se que elas mudavam de comportamento e escolhiam alternativas abaixo da idade, tendendo, ainda, a deixar de lado atividades atreladas à tecnologia.

Reflexões e iniciativas

O mais importante não é a observação fria desses dados, mas a conclusão que se pode derivar deles. Para Dr. Graus, essas constatações indicam que as crianças necessitam de novos modelos e aspirações, tendo em vista que a educação vai além dos muros da sala de aula e inclui aprendizagens advindas das experiências com amigos e familiares.

Essa é uma noção reforçada pela forma como as preferências mudam conforme o cenário de observação dos estudos. Por exemplo, a comparação entre as respostas obtidas no Reino Unido e no México. Aqui, Dr. Graus destaca que os grupos com condição socioeconômica inferior tendem a optar por atividades relacionadas a serviços e negócios.

Outra pesquisa que corrobora essa correlação experiências-escolhas é o levantamento realizado pela organização Michael Page, que considerou as respostas de um grande número de crianças com idades entre 7 e 11 anos. Nesse estudo, o top 5 profissões escolhidas pelas meninas foi:

  1. professora;
  2. veterinária;
  3. cientista;
  4. designer;
  5. dançarina.

Já o top 5 dos meninos foi:

  1. jogador de futebol;
  2. policial;
  3. cientista;
  4. designer de computação;
  5. explorador.

Percebe? O ranking demonstra que os pequenos têm uma visão bastante estereotipada da carreira ideal, pois as seleções apontadas na pesquisa, normalmente, refletem práticas das suas atividades e brincadeiras cotidianas.

Assim, esse padrão mostra a relevância de uma educação de aprendizagem relacionada ao trabalho desde os anos iniciais, ajudando a fomentar nas crianças maiores aspirações.

Dr. Graus comenta que “cada vez mais, precisamos oportunizar para crianças mais pobres a possibilidade de conhecer novas profissões, contribuindo para deixá-las em um nível de maior igualdade com as demais”, conclui.

Assim, o estudo demonstra uma realidade: as preferências das crianças estão diretamente relacionadas aos ambientes e experiências aos quais são expostos. Por isso, é importante que pais e mães reconheçam seu papel, que é oferecer uma orientação flexível, expondo os pequenos a um grande número de opções, carreiras, atividades e ocupações para romper os estereótipos comuns.

Como os pais e mães podem colaborar nas escolhas dos pequenos?

Como pôde ver, o ranking de profissões não apresenta escolhas tão naturais como parece, mas sim, uma tendência natural de os pequenos selecionarem atividades que refletem as experiências com as quais estão acostumados.

A atribuição de mais carreiras “femininas” no ranking das meninas reflete apenas uma predominância maior dessas brincadeiras e influências, que resultam nessas seleções. O mesmo vale para os meninos, tradicionalmente mais engajados em atividades esportivas.

Por isso, o papel dos pais não é se aproveitar dessas noções para direcionar a criança rumo às expectativas maternas ou paternas, mas sim, expor os pequenos a um grande número de atividades, seja de arte, escrita, esporte, engenhosidade, concentração e afins, pois assim é possível garantir que a escolha seja baseada em uma preferência real, e não em uma seleção previamente orientada.

Pais e mães têm a oportunidade valiosa de fazer com que os filhos rompam os estereótipos tradicionais e realmente escolham uma carreira pautados na satisfação pessoal, social e proposital por trás dessas decisões. Além de atenuar a pressão emocional ao longo do desenvolvimento, essa abordagem maximiza as chances de que os filhos sejam realizados e satisfeitos com suas decisões no futuro.

Com o tempo, a própria imaginação e aptidão dos pequenos fará com que eles se aproximem das atividades de maior interesse. Assim, será possível encontrar a vocação das crianças desde cedo (mas sem pressão para tomada de decisões ainda na infância, ok?), aumentado a probabilidade da escolha de uma carreira firme e satisfatória para o futuro.

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